sábado, 30 de agosto de 2014

Férias, canto de oração e uma casa sem telhas

Enquanto eu preparava as coisas para irmos acampar. Sim! Nas nossas férias gostamos muito de habitar casas sem telhas e sentir o céu bem próximo de nós.... As tendas são ótimas habitações quando o calor aperta e a paisagem de fundo é a praia. Como eu ia dizendo, enquanto eu preparava as coisas para irmos acampar, o Gabriel chegou-se ao pé de mim e perguntou-me:

-" Mãe, posso levar?" Ele trazia uma imagem de Nossa Senhora e muitas outras coisas na mão. Eu respondi-lhe:
- " Gabriel, sabes que só podemos levar aquilo que vamos mesmo precisar. Temos pouco espaço no carro. Mas, para que teres levar tantas velas e tantas imagens?"
- " Mãe, é para o nosso canto de oração na tenda!"
- " Ah,..pois! Canto de oração, claro!..leva antes o menino Jesus do vosso canto de oração, que não se parte..." Eu nem me tinha lembrado desse pormenor. Sabia que iriamos rezar mas não me lembrei que era importante estar bem visível e material na tenda. Fiquei feliz pelo gesto dele. Com carinho, o Gabriel juntou tudo aquilo que achou ser importante levar. Ao chegarmos lá, ajeitou o canto de oração e colocou-o na tenda, bem no centro da entrada. A Clarinha trouxe as pedrinhas de fundo que encontrou na praia...
                                                                                                                                                                              
                                              


Foi muito divertido vê-los a brincar lá dentro...


" Gosto muito de contar histórias à maninha!"




" Oh, Sofia!...outra vez a panela e os copos da cozinha...."




" Sofia, estás quase a gatinhar!..."


A refeição ao ar livre...




Na praia, também tivemos direito a um apartamento com um quarto...ups! ou melhor, com dois quartos, e piscina com água do mar....






À semelhança da Humilde Casa de Nazaré... Vida de oração



Vida de Oração

Desde a infância, aos sábados Jesus frequentava  a sinagoga de Nazaré, acompanhado pelos seus pais José e Maria. E como qualquer criança israelita, aprendeu a rezar nos seio e calor da família, no meio das tarefas e aprendizagens do dia-a-dia. A partir dos 13 anos, toda a criança israelita, devia rezar três vezes por dia: de manhã, ao meio-dia e à noite, segundo instruções dos livros bíblicos.

Às vezes tento imaginar como terá sido este clima de oração vivido em família por Jesus... Na verdade, é isto exatamente que falta hoje em dia nas famílias, para que se viva mais unido, mais próximo da vontade de Deus, perdoando, sorrindo: clima de oração em família. Como família e  à semelhança da Sagrada Família, temos de ter como prioridade este encontro com Deus em família, todos os dias. 

Ora, se todos os dias alimentamos o nosso corpo várias vezes, não estaremos nós a nos esquecer de alimentar, pelo menos uma vez por dia, a nossa alma com a oração em família?

Nem sempre conseguimos seguir à risca o nosso momento de oração familiar no canto de oração. Umas vezes, porque estamos fora de casa, outras vezes por tantos outros motivos imprevistos, mas uma coisa é certa, todos os dias, onde quer que estejamos nos reunimos e rezamos, agradecemos e louvamos juntos. Se por algum motivo estou longe do Serge, nos unimos em coração e intenção nas nossas orações, pois somos um só. Umas vezes sem música, outras com música, mas o mais importante para nós e para as crianças, nunca nos esquecermos de alimentarmos a nossa alma todos os dias com a oração em família.

Quando assim é, a benção de Deus está sempre sobre nós... 



terça-feira, 26 de agosto de 2014

Nós vamos lá estar... e vocês?

Anotem nas vossas agendas e reservem dia 20 de Setembro para estarmos juntos, em Almada para mais um retiro para famílias.Tragam boa disposição, alegria e o coração aberto para sentirem a presença amorosa de Deus entre nós....
A família Power lá estará para orientar, com a colaboração e testemunho das "5 pedrinhas" pela Família Baptista. Vai valer a pena!

Inscrevam-se e confiram os pormenores aqui,




À semelhança da Humilde Casa de Nazaré... Ensinamento do trabalho


Ensinamento do trabalho

Ao meditar na Sagrada família, este é o ensinamento que mais me fascina no meu dia-a-dia em  família. Jesus era filho de um carpinteiro e desde cedo contemplava São José que Lhe mostrou e ensinou o segredo de trabalhar com a madeira. É certo que todos os dias, via sua mãe, Maria, a bordar ou a preparar as refeições ou a varrer cuidadosamente a casa. Com a Sagrada Família aprendemos que o trabalho dignifica e não diminui. E Jesus sendo filho de Deus, desde cedo trabalhou.

Hoje, em muitas famílias, muitos filhos perdem o tesouro de acompanhar os seus pais nas suas tarefas, de amadurecerem interiormente e naturalmente para a vida adulta. Desde cedo, como rotina, as crianças são colocadas em compartimentos separados da casa para brincarem, ou deixadas com outras pessoas, enquanto os pais estão a realizar as suas tarefas. Cuidado para não criarmos pessoas que viveram a sua infância num mundo artificial de brincadeira, em que os pais nem lhes ensinaram a  fazer a cama ou a dobrar o pijama,  em adultos terão muita dificuldade em enfrentar os desafios da vida, principalmente a batalha interior árdua que nos leva rumo à nossa santificação. Acabamos então, por achar que temos de dar muitas coisas aos nossos filhos, para que eles preencham o seu tempo. E até achamos que temos de ter menos filhos para lhe podermos dar mais coisas, mas a verdade é que a maior alegria de uma criança é aprender coisas novas, enquanto acompanham as tarefas dos pais e para isso não precisamos de inventar coisas supérfluas para os vermos felizes. Ora vejam, os brinquedos preferidos da Sofia, coisas simples que temos em casa...



 Desde pequenos, gosto que os meus filhos estejam sensíveis e participem nas tarefas lá em casa. Amar o trabalho é o princípio do caminho rumo à santidade. Sem trabalho e sem esforço não seremos santos. 

De manhã, peço ao Gabriel que faça a sua cama e eu ajudo a Clarinha. Sempre que estamos tranquilos em casa, o Gabriel dobra o seu pijama e arruma-o junto à cama. A Clarinha também já sabe dobrar o seu, ainda um pouco torto e desajeitado, mas quando tiver a idade do mano já saberá dobrar bem a roupa toda. 

De manhã, sempre que podemos, costumamos fazer 'sumo verde', com cenoura, maçã, couve, beterraba, etc. A Clarinha gosta sempre de ajudar, é claro!

                              


" Quem quer fazer pizza com a mamã?"
"Eu!" - respondem os dois aos pulos. E saltam para a bancada. 


E não querem somente ajudar mas também querem ser eles a fazerem sozinhos uma pizza pequenina. 





Ora vejam a pizza que a Clarinha fez para as bebés:





É preciso apanhar as folhas mais velhas das couves para as cabras comerem. O Gabriel lá está para ajudar...


Depois, ainda há tempo para brincar nas árvores...





Para preparar a tarte de maçã todos querem ajudar...





O avô tem colmeias no meio dos pinhais, perto da ribeira. É hora de aprender como se separa o mel dos favos, para guardar em frascos para o ano inteiro...





"Tanto mel, limpinho...."- diz a Clarinha.



Todos têm direito a experimentar chupar o mel diretamente dos favos...





Sempre que saímos de casa, lá está a Clarinha a pedir-me para dar a sopinha ou a papa à Sofia...



Em casa, ela já trata muito bem da Sofia, com a minha ajuda, é claro!








Aprendamos à semelhança da Sagrada Família, a valorizar a herança do ensinamento do trabalho em família,  pois ela  engradece as nossas almas mas principalmente leva os nossos filhos a amarem o sacrifício de se aperfeiçoarem e de se realizarem desde pequeninos.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

À semelhança da Humilde Casa de Nazaré...Vida Familiar



Vida Familiar

Jesus viveu em tudo a vida humana e também neste contexto familiar. Precisamos olhar para a Sagrada Família e ver este exemplo, esta vida de amor /comunhão, a simplicidade e austeridade, o filho do carpinteiro.


Como nós temos vivido o nosso papel na família, sendo pai, mãe ou filho? 

Cada um de nós tem suas tarefas, obrigações, que longe de serem um peso, elas são o caminho que nos realizam verdadeiramente. Quando não nos entregamos à oração diariamente, é fácil reclamar das nossas tarefas: quantos pais reclamam do dia de trabalho e nem pegam nos filhos ao colo, quantas mães vivem desanimadas porque se fartam das tarefas diárias e já nem gostam mais de fazer comida e cuidar dos seus e assim nascem filhos que preferem muito mais estar com as pessoas de fora do que com a sua família . Olhemos de novo para a Sagrada Família e meditemos na cumplicidade entre eles...Cada um com a sua tarefa, entregue à vontade de Deus.
Muitas vezes, também ando cansada, desanimada e já nem vontade tenho para cozinhar. Nesses momentos lembro-me: " A minha verdadeira alegria está em servir a minha casa. Só cozinhando, limpando e mais limpando é que a minha alma verdadeiramente se realizará. Não há outro caminho!" Aí, a alegria e a força veem e eu continuo dando o meu melhor.
Aprendamos a amar perfeitamente a nossa tarefa em família.



Um por todos...e todos por um

Sempre que temos de sair de casa para realizar alguma atividade, a Clarinha e o Gabriel já sabem que têm de deixar a sala mais ou menos organizada, sem brinquedos espalhados pelo chão. Geralmente, cada um arruma o que desarrumou, e eu ajudo a Clarinha. Ultimamente e como estamos todos de férias, o lema lá em casa é: " Se vês algo desarrumado arruma, não importa quem desarrumou. O importante é estar arrumado" ou dito por outras palavras: "Um por todos... e todos por um". A alegria final  está em ver que ao trabalharmos em equipa, principalmente entre irmãos, ajudamos quem é mais pequeno na tarefa e todos ficam a ganhar, pois acabamos por sair de casa mais cedo. Sim, porque "ou saímos todos ou não sai ninguém." 





quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Um presente para ti, Querida Mãe...

Os meus pequenos deixaram hoje aos pés de Maria, um arranjo de flores que eles apanharam sozinhos com muito amor...




Querida Mãe, neste dia, queremos dizer-te que és a Rainha da nossa Família



À semelhança da Humilde Casa de Nazaré....Humildade


Humildade

O cultivo e amor ao silêncio leva-nos ao florescimento da humildade no nosso coração. 
Quando tudo nos corre mal e nos apetecer gritar com todos, aprendamos a silenciar. Quando só reclamamos, aprendamos a silenciar. Quando só abrimos a boca para julgar, aprendamos a silenciar. Quando passamos o tempo todo a falar de coisas inúteis, aprendamos a silenciar.
Só ouve e está receptivo quem silencia. 
Aprendamos a atitude da Sagrada Família de aceitarmos tudo o que Deus nos envia com confiança e sem reclamação. A humildade acima de tudo é um gesto de amor e confiança em Deus, que tudo é e tudo pode. A humildade aqui proposta, desafia-nos a simplificarmos as nossas atitudes, a simplificarmos as nossas relações, a simplificarmos a nossa casa. Pois trata-se de um despojar de tudo o que é inútil, para depois estarmos abertos a tudo aquilo que Deus nos quer encher.
Sejamos simples, modestos, na maneira de vestir, falar.

Como podemos simplificar as nossas atitudes?

Na nossa vida do dia-a-dia, quando temos um assunto a resolver não compliquemos. O que tem de ser resolvido, que seja resolvido com prontidão e objetivamente. Muitas vezes, quando tenho a casa num caos, fico logo super tensa para tentar me organizar, ou então lamento, fico desanimada. Essas atitudes retiram-nos energia para seguir em frente. Se há algo que tem de ser feito, então mãos à obra sem complicações, mesmo que nos custe. Lembremo-nos da Sagrada Família: 

Depois de haverem partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, dizendo:
   - "Levanta-te, toma contigo o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e fica aí até que eu te chame; pois Herodes há de procurar o menino para matá-lo".
   José levantou-se, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito, e ali ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que dissera o Senhor pelo profeta:
   - "Do Egito chamei a meu filho".

Como podemos simplificar as nossas relações?

Sejamos sempre sinceros com os nossos filhos, esposa ou marido. Se errarmos, saibamos pedir desculpa olhos nos olhos. Os filhos aprendem e admiram os exemplos sinceros dos pais.

Como podemos simplificar as nossas casas?

É preciso que na nossa casa respire a presença da Sagrada Família. Mesmo no meio da confusão dos brinquedos, da roupa para arrumar e dos pratos a escorrer na cozinha, é preciso que à nossa volta algo  nos faça voltar o olhar para Deus, seja com imagens, conversas, músicas ou com a própria presença humana. A nossa casa não pode estar aberta a tudo o que o mundo traz...  muitas vezes temos de selecionar brinquedos e explicar o porquê. Outras vezes, temos de dizer não a determinadas conversas pois aquele espaço para nós é sagrado. É imprescindível tirar o que está a mais, o que não é usado. Quanto menos coisas melhor, pois todo o tempo que perdemos a arrumá-las ou a mexer nelas retira-nos tempo de família e oração. 

Quando alguém entra em vossa casa sente paz e a presença de Deus?
É fácil identificar  que na vossa casa  habitam pessoas que amam a Deus?

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

À semelhança da Humilde Casa de Nazaré.... O silêncio

Este post dá início a uma série de cinco temas que vou desenvolver, com o tema : À semelhança da Humilde Casa de Nazaré:
1- O silêncio
2- Humildade
3-Vida familiar
4-Ensinamento do trabalho
5-Vida de Oração

Quando se fala aqui em Casa, entenda-se que iremos abordar as duas dimensões: a Casa física, material e a Casa humana, vivência espiritual.

Partilho convosco o desafio que queremos fazer em família todos os dias, pois desejamos que o nosso lar se assemelhe, cada dia mais, à Humilde Casa de Nazaré.



O Silêncio

Vivemos num mundo que cada vez mais busca a agitação, o barulho, o entretenimento. Vivemos estressados com mil e uma coisas na cabeça, de um lado para o outro.

Olhemos, para o rosto da Sagrada Família, exemplo para nós. Reparem no contato visual que se estabelece, muitas vezes sem muitas palavras...Nós ao contrário, na maior parte das vezes usamos muitas palavras e nem sequer estabelecemos contato visual com o nosso esposo ou esposa, nem cumplicidade e paciência com os nossos filhos através do olhar. Cultivar o silêncio no meio familiar é importantíssimo para estarmos atentos aos sinais de Deus e às necessidades dos outros.

Mas como uma casa com crianças pode ser silenciosa?

Explicar aos nossos filhos o amor ao silêncio. Incentivamos sempre os nossos filhos a falar num tom de voz moderado. Muitas vezes, o Gabriel fala  alto quando está todo excitado com alguma experiência e eu explico-lhe que não há necessidade de falar tão alto, que Deus ama o silêncio, que quando conversamos é mais agradável falar baixo. Um dos sacrifícios que eu mais lhe peço, é ficar em silêncio por alguns momentos para ele treinar este amor ao silêncio. Pois, só no silêncio conseguimos escutar a voz de Deus em nosso coração.
Durante as refeições, cultivar o hábito de falarmos num tom moderado e evitar falarmos todos ao mesmo tempo. Assim, vamos amando o silêncio...
É importante estarmos atentos a tudo aquilo que provoca ruido em nossa casa, e nos desvia a atenção. Em nossa casa por opção, não vemos televisão, nem temos o rádio ligado. Costumamos às vezes ouvir música religiosa, ou palestras a falar de Deus. Ás vezes, os pequenos gostam de ver filmes de santos ou filmes sobre as histórias da Bíblia. As crianças repetem tudo o que ouvem. Gosto tanto de ouvir a Clarinha a cantar que ama Jesus e Nossa Senhora...
É importante retirar todo o ruído nas horas das refeições e estabelecermos contato visual com ternura com todos os membros da família.
E agora a parte mais difícil de ouvir....
A maior parte da falta de silêncio está dentro de nós, por isso temos uma batalha todos os dias a travar dentro de nós para nos focalizarmos e "escolhermos a melhor parte" como Maria fez, pois só Deus basta...É Ele que nos sustenta, é Ele que está no comando de tudo. Porque temos tanto medo e nos preocupamos com tanta coisa inútil? Façamos silêncio dentro de nós e supliquemos à Nossa Querida Mãe Celeste a graça do silêncio interior . O silêncio interior que nos faz viver com alegria no meio de tantas tarefas domésticas, tanta roupa para estender, tanta comida para fazer e tantas fraldas para trocar...

terça-feira, 12 de agosto de 2014

10 minutos várias vezes ao dia...

Quando amamos verdadeiramente, desejamos oferecer as melhores prendas, mesmo que isso  nos custe a nossa própria vontade.


                           



"Gabriel, eu sei que queres pular e brincar agora, mas vamos fazer Jesus feliz. Uma das melhores prendas que Ele gosta de receber são os sacrifícios, e tu sabes isso. E que tal, se agora fizesses silêncio e pensasses Nele um pouco?"

"Hum... mamã, mas durante quanto tempo?"
" Só 10 minutos! Depois podes voltar a brincar!". O Gabriel deixou a brincadeira e sentou-se em silêncio. Depois a sorrir, lá voltou a brincar.

" Gabriel, a Clarinha está a pedir para brincares com ela!"
"Agora não posso, estou a fazer as minhas experiências..."
"Vamos oferecer a Jesus! Só 10 minutos!". Respondi-lhe em voz baixa.
"Ok, mãe...10 minutos"

" Gabriel, lê uma história para a Clarinha enquanto eu preparo a Sofia para dormir"

"Mãe..."
" Só 10 minutos"







"Gabriel, arruma tudo o que está espalhado no tapete, por favor."
" Mas mamã, a Clarinha também desarrumou..."
" Eu sei, mas agora preciso da tua ajuda...este sacrifício é que tem muito valor para Jesus."

                                  

Ao fim do dia, beijo o Gabriel e baixinho digo-lhe com alegria:
" Os teus 10 minutos ao longo deste dia, todos somados, fazem quase uma hora de sacrifício para oferecermos a Jesus..."
Ambos sorrimos e decidimos que este dia se iria repetir sempre...


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O Remédio Santo

 "Mamã, não consigo dormir..."
" Clarinha, tens de ficar deitadinha para o soninho vir". A Clarinha deita-se, levanta-se...
" Clarinha, estás cansada. Tens de descansar para amanhã continuares a brincar"
" Mas, eu quero rezar o terço com o mano..."

Cá em casa depois do jantar, reunimo-nos no canto de oração e fazemos juntos a nossa oração familiar. Depois, deitamos a Sofia e a Clarinha. O Gabriel ainda fica connosco mais meia hora para rezarmos o terço juntos. Mas a hora do deitar, tem sido a parte dífícil do dia para nós, pois em geral demora muito tempo e isso rouba-nos tempo para outras coisas importantes.

Aí, lembrei-me da minha infância....
A minha mãe costumava rezar o terço quando se deitava e eu adormecia a ouvi-la rezar o terço. Sentia-me segura e rezava com ela...


"Ok, queres rezar o terço com o mano, não é Clarinha?"- Ela acenou com a cabeça.
O Gabriel subiu para a cama,  apago a luz, encosto a porta e ajoelho-me na sala.
" Em nome do Pai, da Filho e do Espírito Santo...."- E lá continuei eu ...Rezei o terço e o Gabriel respondia do quarto, em pouco tempo ela dormia e o Gabriel também.
Já a algumas semanas que fazemos assim. A Clarinha adormece ao som da Avé-Maria. E nunca mais ninguém reclamou para dormir.

E nós rezamos o terço mais cedo e também temos mas tempo para nós.



sábado, 9 de agosto de 2014

Rezar a vida...

A oração tem de ser vivida todos os momentos do dia. E rezar em família não se limita a nos reunirmos no canto de oração...Não... porque o que Jesus quer verdadeiramente de nós é que ao longo do dia façamos de cada gesto, de cada atitude, de cada brincadeira uma oração contínua. E daí surge a expressão: " Rezando a vida em família"

Como isso pode ser?

Essa é a nossa grande batalha no caminho de santidade.

A vida tem de ser uma oração, temos de desejar que assim seja. Que tudo seja agradável a Deus.
Sabemos que é difícil, muitas vezes doloroso. Muitas vezes desanimamos, caimos mas logo temos de nos levantar... sempre com os olhos postos que a nossa verdadeira felicidade só é alcançada quando o nosso coração se tornar um templo de oração contínua para Deus.

Mas, como isso pode ser?

Quando tivermos um problema, lembremo-nos como Jesus o resolveria, quando tivermos vontade de chorar, lembremo-nos o que Jesus sentiu no monte das oliveiras... Quando estivermos desesperados corramos em busca do alívio nos sacramentos e sacramentais e colocamos aí a nossa segurança. Sempre que tivermos uma atividade em família lembremo-nos de rezar primeiro, sempre que viajarmos de carro rezemos o terço. Ao longo do dia, falemos mais com Jesus. Contemos verdadeiramente com a ajuda de Maria nas angústias e decisões.

Um dia  enquanto estava a cozinhar, não conseguia abrir um frasco de conserva. Aí, lembrei-me:
" Meninos, vamos chamar Nossa senhora para abrir o frasco, pois a mãe sozinha não é capaz!"
Eles começaram...
" Nossa Senhora, ajuda a mamã!"
Enquanto fazia força tentando abrir o frasco... dizia:
"tenho a certeza que Nossa Senhora nos vai ajudar"
Assim, começaram a chamá-la mais alto:
" Nossa Senhora, ajuda a mamã!"
E sem fazer muita força o frasco abriu-se. O Gabriel ficou a olhar para mim.
" Sim"- disse eu- " Nossa Senhora ajuda-nos sempre, ela está sempre a olhar por nós"

Ainda hoje,  às vezes eles repetem o gesto...




quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A oração lá em casa...

Férias, cá em casa, também significa mais tempo para rezarmos juntos. Mais tempo  para dançarmos e cantarmos juntos para Deus. E olhem que para isto acontecer, não precisamos ser profissionais a tocar guitarra ou a cantar, nem tão pouco a dançar. Só precisamos de abrir o nosso coração e dar a oportunidade aos nossos filhos de sentir que Deus está ali ao nosso lado. E se um dia não corre tão bem, porque não nos apetece cantar ou porque um dos pequenos não esteve quieto o tempo todo, não há problema, cara alegre. Amanhã, é outro dia para recomeçar tudo de novo, para viver a oração em família e levar os nossos filhos a sentir a presença amorosa e divertida de Deus através dos nossos gestos. Esta é a atitude de quem está a caminho! Olhar sempre com esperança o dia de amanhã, pois na verdade, quem nos sustenta é Deus e ele tudo sabe e pode...

Nestas férias escolhemos dar mais tempo à nossa oração familiar. Reunimo-nos no nosso canto de oração pela manhã e ao final do dia. Vale bem a pena dar a nossa melhor parte do dia a Deus! Aqui está ele,




É claro, que os mais pequenos queriam levar os bebés, os carros e as invenções todas para a oração, celebrar missas, dar a comunhão, ler a bíblia,  etc... e era uma grande confusão....
então construíram ( com a minha ajuda, é claro!) por baixo do nosso canto de oração, o deles. Muitas vezes, a Clarinha chama o Gabriel e diz que vai haver missa ou então reune todas as bonecas, "lê" a Bíblia e "dá-lhes a comunhão". Antes de ontem, encontrei a Clarinha a tentar ensinar à Sofia a Avé- Maria... coisas tão engraçadas acontecem ali...  


A oração familiar  deve estar revestida da presença amorosa da Sagrada Família, Jesus no centro, os nossos corações voltados para Ele...



Mas,  não basta dizer, é preciso que as crianças sintam que Jesus está verdadeiramente ali junto de nós. E se Jesus está ali junto de nós, temos mesmo de sentir alegria em estar a rezar.

Toca a saltar para o tapete!
Primeiro, cantamos e dançamos para Jesus. A Sofia de terço na mão, está ou não está a sentir a presença de Jesus ao ver-nos? 



Afinal, não é Jesus que está ali junto de nós? Quem pode resistir ao seu Amor?

Não vale a pena querer silêncio absoluto ou cara séria. É preciso expressar esse Amor.

Depois, ajoelhamo-nos ou sentamo-nos e agradecemos o que aconteceu durante o dia. Cada um agradece individualmente em voz alta. Depois, geralmente rezamos três Avé-Marias, Glória, a Consagração a Nossa Senhora, o anjo da guarda e a Invocação a Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná. No fim, a Clarinha vai ao seu canto de Oração e abençoa-nos a todos com àgua benta. No fim, mais cânticos...e terminamos com o coração cheio...


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mariam de Belém, " A Pequena Árabe"

"Jesus é o meu amor e a minha alegria, e a sua cruz é o meu prazer e a minha paz.
O meu coração arde noite e dia de possuir a Deus de amor."
Mariam

A história real de uma jovem que nasceu em 1846 e morreu aos 33 anos, consagrada a Nossa Senhora mesmo antes de ser concebida. Uma vida cheia de batalhas, sofrimentos e aprendizagens, uma vida de entrega total a Deus. Quem lê, deseja seguir o seu exemplo de santidade!

É um livro pequeno, mas intenso. Recomendo como leitura para todos os jovens.
Escrito pela irmã Emmanuel Maillard, vale a pena a leitura!
Desde que conheci a sua história, sinto a proteção espiritual da sua alma sobre mim.



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Lamparinas

Na nossa aldeia, desde que vivemos aqui, recebemos periodicamente a visita da Sagrada Família que percorre todas as casas. Uma tia-avó muito querida, a 'Ti Conceição', como é conhecida, explicou-nos que antigamente quando se recebia a Sagrada Família,  depois de se rezar as orações, ela ficava toda a noite iluminada por uma lamparina natural que vinha de uma planta. "Como poderia ser aquilo?" Pensei eu em voz baixa. Mas antes que eu abrisse a boca, ela disse-me:
-"Aqui está a lamparina ao pé da Sagrada Família. Vês?"
Eu fiquei maravilhada pela simplicidade. Como Deus cria tudo tão belo, perfeito e simples...
Fico sempre maravilhada quando encontro formas naturais para resolver as nossas necessidades humanas e até espirituais neste mundo ... e fico a imaginar como seria o ambiente simples e natural da humilde casa de Nazaré...afinal é Deus que cuida de nós e nos sustenta sempre...
-" Uau!"- disse eu - " Nunca mais tenho que me preocupar com a iluminação das nossa orações nem do acolhimento da Sagrada Família!" Então ela disse-me:
- "Vem comigo à horta e eu mostro-te a planta. Levas uma parte e colocas na terra."
-" E não lhe faz falta?"
 - " Cada planta dá imenso! Já vais ver!"
Deus realmente quando faz uma coisa não se deixa vencer em generosidade.
Ao voltarmos para casa, fiz tudo conforme ela me explicou e no  bolso levava uma mão cheia de lamparinas dela para experimentar.


Este ano, chegou a hora da colheita. O Serge trouxe-me um caixote cheíssimo delas. E como a lamparina é uma parte seca, conserva-se muito tempo.



Ora aqui está a planta,


Aqui, o Gabriel a separá-las...



A lamparina é pequena, 


...mas dá uma luz forte  e dura até terminar o azeite.

                                           





Como todos nós estamos sempre a gastar dinheiro em velas ou lamparinas de compra, fica aqui o desafio, de todos nós termos nos nossos cantos de oração esta forma simples e natural de o iluminar. Pois é somente necessário um pouco de azeite, água  e a planta.
Quem quiser multiplicar esta planta e saber na prática como se faz, comente e escreva-nos.