quarta-feira, 29 de abril de 2015

O nosso domingo do Bom Pastor

-" Clarinha, o que estás a fazer?" A Clarinha tinha acabado de acordar e ainda era cedo.
-" Estou a arrumar o cantinho de oração!"
- " Pois, bem... boa ideia!"

Foi assim, que começou o nosso domingo do Bom Pastor. Depois do sábado em festa, o domingo não ficou atrás!

Enquanto ela arrumava, desarrumava e voltava a arrumar...


...resolvi tirar uma foto, pois tive muito tempo para isso. A brincadeira ainda deu para cantar umas músicas e inventar uma missa.


Antes da nossa missa dominical, dei a catequese. Como tem acontecido nos outros anos, no domingo do Bom Pastor cada aldeia doa no momento do ofertório bens alimentares ou produtos da terra para quem mais precisa. Como tem acontecido nos outros anos, eu e o Serge levamos a oferta da nossa aldeia: um presunto. O Gabriel e a Clarinha também participaram e ajudaram a Catequista do Gabriel a levar os cestinhos com ovos. Foi uma missa muito bonita!

A nossa tarde não podia ser melhor: fomos visitar o lar. É sempre tão bom aqueles momentos em que abraçamos as pessoas e falamos um pouquinho com cada uma. Muitas vezes e pela idade que têm, basta dar um beijinho no rosto ou na testa para recebermos um grande sorriso de alegria do outro lado, outras vezes sentimos um calor no coração!

Ao chegarmos ao lar, a Clarinha teve uma surpresa: encontrou perto da porta de entrada um gatinho bebé. Foi uma festa para ela, teve o tempo todo com ele no colo. Ao entrarmos para estarmos com os idosos, ela pôde levar o gatinho. 



E como se a felicidade dela não bastasse, decidiu coloca-lo no colo de cada idoso: eram festinhas e muitos carinhos.... 




E para terminar o dia, fomos ao CVV de proença-a-nova, realizar mais uma experiência: o jardim reciclado. Tudo o que é ciência e natureza eles gostam muito.


Em tudo o que fazemos, encontramos-Te perto de nós. No rosto dos idosos, participando na Santa Eucaristia e recebendo o Teu corpo e sangue, nas brincadeiras no canto de oração, em experiências de ciência ou nas simples festinhas a um gatinho encontramos o Teu braço amoroso, misericordioso e atento. Obrigado Senhor, por seres um Bom Pastor!

terça-feira, 28 de abril de 2015

A mala dos primeiros socorros lá de casa...

A Sofia no auge dos seus 16 meses corre a casa toda, sobe para cima das cadeiras e sobe as escadas em três tempos e também em três tempos dá grandes quedas e chora. Coisas normais para a idade, apesar de ser uma fase cansativa e de alerta, aprendi a não dar demasiado importância. Com tudo isto, e porque já são três, surgiu naturalmente a "mala de primeiros socorros lá de casa", super eficaz e que até hoje sempre me foi muito útil em todas as situações de quedas.  Quem está todos os dias connosco nem se apercebe das grandes quedas da Sofia pois muitas vezes nem nódoas negras fica. Como já falei aqui e aqui, a água benta, o azeite abençoado e o sal exorcizado são ferramentas utilizadas diariamente em nossa casa em tudo, inclusive para os assuntos de cura física.

Há uns dias atrás, a coisa foi demais, a Sofia deu quedas umas atrás das outras e entalou os dedos na porta, com a força do vento que fazia lá fora. Enfim...

A queda mais forte foi na testa, depois de tropeçar bateu com toda a força na esquina afiada de um banco de madeira. Ao pegar nela, a testa já estava muito inchada e com uma faixa negra onde tinha batido. A primeira coisa que fazemos é aplicar uma faca antiga na zona da queda, uma faca deste género:



Sim, perceberam bem, uma faca. Com a lâmina encostada na testa, o inchaço diminuiu e a zona negra quase desapareceu. Cá na terra, dizem que a liga de aço da lâmina da faca, após uma queda,  não deixa o sangue se juntar e daí o inchado diminuir. Depois, apesar de estar ainda um pouco inchado e com a Sofia a chorar no colo, fui ao canto de oração, peguei no azeite abençoado, rezei, passei na testa e coloquei por cima um pouco do sal. O resultado foi impressionante.  Reparem no sorriso da Sofia. Resolvi tirar uma foto para partilhar convosco.



A minha mãe, que ao ouvir de longe o choro da Sofia,  apareceu de imediato e viu tudo. No final, olhou para mim e disse: " Só pode ser milagre!" . De fato, a nossa fé aliada à simplicidade das coisas e ao amor de Deus faz milagres. Resolvi partilhar convosco, quem tem crianças pequenas, tenham sempre por perto uma faca de lâmina antiga, ou um canivete e um pouco dos sacramentais e rezem com fé. É importante, utilizar a lâmina da faca na zona magoada assim que acontece a queda e dependendo da gravidade aumentar o tempo em contanto com a pele.
No dia seguinte, quase não se percebia que ela tinha caído.

O mesmo aconteceu com a mão que ficou sem marca nenhuma.



Obrigada Jesus, por todas as ferramentas que nos dás através da Igreja, para curar e aliviar a dor!

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Dia diocesano da catequese em família

Sim, este ano como ambos somos catequistas, o dia diocesano da catequese foi vivido em família. No passado dia 25 de Abril estivemos em Castelo de Vide, apesar do frio e chuva foi um dia muito enriquecedor, que nos deixou com o coração cheio.



Ao chegarmos tivemos um momento de acolhimento e oração com a presença e algumas palavras do Sr. Bispo D. Antonino Dias. A cada participante de cada arciprestado foi entregue uma faixa colorida, a nossa era azul.  Catequizandos e catequistas encheram a igreja de alegria e cor.


Da parte da manhã, jovens e crianças tiveram as suas atividades. Enquanto isso, os catequistas tiveram a graça da presença do Pe Paulo Malícia numa conferência intitulada : " Catequese: expressão da maternidade espiritual da Igreja." 



Enquanto ouvia as palavras do Pe. Paulo Malícia, agradeci a Deus por estar ali. Reencontrei de uma forma simples, através das suas palavras, o verdadeiro sentido da catequese numa comunidade, numa paróquia. Lembrei-me de todos os catequistas que perderam a oportunidade de ali estarem presentes e ganharem força para enfrentarem os desafios das nossas comunidades.

Deixo aqui alguns dos meus apontamentos:

 A Igreja é mãe. Uma mãe que dá vida e identidade, pois é ela que nos gera na fé. A fé que é uma dádiva, um dom de Deus, concedido na Igreja e através da Igreja. Como podemos nós viver com Jesus sem a Igreja? Mas será que amamos a Igreja como a nossa própria mãe, sabendo entender também os seus defeitos, fragilidades e limitações?
A Igreja, tal como uma mãe, não se limita a dar vida e identidade mas ela educa os seus filhos e nos sustenta na nossa caminhada. Ela ajuda os seus filhos a crescer, transmitindo a Palavra, os sacramentos: a eucaristia, a reconciliação e a unção dos enfermos.
A Igreja é mãe, mestra e catequiza.
A catequese é sempre expressão da maternidade espiritual da Igreja cuja missão é: gerar, despertar a fé, acolher e sustentar a fé. 
A catequese é para toda a vida porque a Igreja é mãe, e acompanha os seus filhos ao longo de toda a vida.
Os desafios da catequese passam por acolher: os catequizandos, as famílias e as periferias. O catequista deve ser um acompanhador e a catequese deve proporcionar experiências significativas no Amor de Deus, no encontro com Deus, da Palavra de Deus e de ser membro ativo da Igreja.

O tema foi riquíssimo e não dá para expor tudo aqui. 
O que ficou no meu coração deu para confirmar aquilo que eu já tenho experimentado e sentido na catequese: se não for feita por amor e com amor, é em vão todo o nosso esforço de levar aquelas crianças perto do coração de Deus. Através do amor e da proximidade com as suas vidas o catequista dá testemunho vivo da presença de Deus. Um catequista que vive apaixonado por Jesus e tem intimidade com a Igreja depressa conquista os seus corações para uma vida com Deus. É preciso saber acolher, ser próxima dos nossos catequizandos e estender a catequese à vida, aos momentos diversos do dia-a-dia.

Obrigada Pe. Paulo Malícia pelo seu belo testemunho!

Com o coração cheio, tivemos um almoço partilhado, entre as brincadeiras e correrias dos mais pequenos.

Ao voltarmos para a Igreja, a Clarinha trazia na mão duas florinhas: uma ficou ao pé de Maria e a outra aos pés de Jesus com a cruz às costas.



Tivemos um momento musical, com muita alegria com o Padre José Luis Borga



E a Santa Missa presidida pelo nosso querido Bispo D. Antonino Dias.








As crianças e os jovens, que estiveram a ensaiar as músicas e coreografias da parte da manhã, estavam muito felizes e cheios de energia ao longo da Santa Missa.



Voltámos para casa muito felizes e com o coração cheio!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

A verdadeira felicidade em família

Não são necessárias muitas coisas para termos verdadeiros momentos de felicidade em família, nem tão pouco é necessário muito dinheiro para nos divertimos. Eu atrevia-me até a dizer que, quanto menos coisas tivermos melhor, pois assim ganhamos espaço para estarmos mais tempo uns com os outros. Se o "Shemá" é vivido em nossa casa, temos a receita para sermos felizes:

“Escuta Israel
O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor com todo o teu coração
Com toda a tua alma e com todas as tuas forças
E amarás o próximo como a ti mesmo.
Faz isto e serás feliz.
Ámen!” (Lc 10, 27-28)


Temos que aprender a viver mais na simplicidade em família e dar mais importância a tudo aquilo que é verdadeiramente importante: a relação com Deus e o amor ao próximo. Se uma família viver com este propósito, as suas fundações são sólidas no momento das dificuldades, ela consegue ser feliz em todos os momentos ( mesmo que possa estar a sofrer) e descobre a presença de Deus em tudo e em todos.


Temos de aprender a linguagem da simplicidade no relacionamento com Deus: "Tu queres, Jesus? Então eu também quero."
 Temos de aprender a linguagem da simplicidade nos relacionamentos com o próximo: " Pai, perdoa-lhes pois eles não sabem o que fazem", amar... amar o próximo até que doa um pouquinho.
Temos de aprender a linguagem da simplicidade na família: "Um por todos e todos por um"
Temos que simplificar a nossa casa, a nossa maneira de viver... :

 "Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido? Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas?
Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?

Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?

Não vos preocupeis, dizendo: ‘Que comeremos, que beberemos, ou que vestiremos?’ Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso. Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu problema." 

( Mt 6, 25-33)

Se queremos ser verdadeiramente felizes temos de deixar para trás muitas coisas. O que é essencial na minha família? Tenho cultivado os bons momentos juntos? Sou capaz de brincar um pouco com os filhos? Sou capaz de dar uma gargalhada todos os dias, por coisas simples? 

Bom, cá em casa, brincamos muito e nos divertimos assim...










E agora que os dias estão mais quentinhos, que tal almoçar fora de casa? Sim, no restaurante mais luxuoso que Deus criou: a natureza. E foi assim, numa tarde de domingo,  depois da catequese e da missa levámos o nosso almoço e estendemos a manta. Que precioso tempo em família! Olhando os pássaros no céu e a brisa a dançar com as árvores, ninguém nos pediu a conta no final! :-)



A brincadeira não faltou, nem a verdadeira alegria no coração pelos instantes simples da vida...





quarta-feira, 22 de abril de 2015

No meio da tempestade

" Naquele dia, ao entardecer, disse: «Passemos para a outra margem.» Afastando-se da multidão, levaram-no consigo, no barco onde estava; e havia outras embarcações com Ele. Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento, e as ondas arrojavam-se contra o barco, de forma que este já estava quase cheio de água. Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada.

Acordaram-no e disseram-lhe: «Mestre, não te importas que pereçamos?» Ele, despertando, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te, acalma-te!» O vento serenou e fez-se grande calma. Depois disse-lhes: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»"
(Mc 4,35-41)

( imagem retirada da net)

No barco, que é a nossa vida, passamos por tempestades. Falo de situações em que nos sentimos impotentes, com medo, sem saber como reagir ou agir. Muitas vezes, são situações difíceis que não resolvemos, que se arrastam connosco e até nos habituamos com elas, outras vezes são situações pontuais que vão aos nossos limites humanos, outras vezes são simplesmente testes à nossa fé, paciência...

Todos passamos por tempestades mais tarde ou mais cedo, e elas vêem não para nos fazer perecer, mas sim, para nos fortalecer, para aprendermos a entregar tudo nas mãos de Deus, a sermos pequeninos e a confiar...

Nos meus momentos de tempestade, aprendi que a primeira coisa a fazer é fechar a nossa boca e não ligar ao pensamentos. Aceitar e confiar. Desta forma, nos assemelhamos a Jesus na cruz que mesmo injustiçado, não parou de orar ao Pai em silêncio.

Confiamos verdadeiramente em Deus? Porque duvidamos que Ele está no barco?

Não é Deus que tem o controlo de tudo? Se Ele permite esta situação é porque Ele sabe que desse mal pode tirar um bem maior.

Aprendi que quando aceito uma situação difícil que me acontece e não tento fugir dela, ela deixa de ser uma tempestade. Pode ser uma situação que seja difícil e até seja dolorosa para mim, mas não mais é uma tempestade. Não mais há o desespero e a dúvida se o Senhor está ao meu lado. Tenho a certeza que a qualquer altura Ele se levantará do barco e fará cessar tudo o que me atormenta.


Eu não sei que tempestades estão a acontecer nas vossas vidas, talvez estejam preocupados com alguma doença física, talvez estejam com depressão, talvez a passar por situações difíceis no casamento ou com os filhos ou com angústia por falta de dinheiro e trabalho. Pode ser até que as vossas vidas familiares estejam numa rotina sem tempo e que não haja momentos para a brincadeira ou para estarem mais juntos ou simplesmente andam preocupados o dia inteiro... Eu não sei, mas Deus tudo sabe e pode!

Não fui eu que decidi escrever sobre este tema, Deus colocou-o à minha frente e de certeza quer falar a alguém...

Não tenham medo, Deus não é indiferente à nossa dor e às nossas limitações humanas, aos nossos problemas. Pelo contrário, o Senhor quer-nos livres e entregues, só assim seremos felizes. Muitas vezes temos que passar por grandes desilusões ao confiar no mundo, só assim abriremos verdadeiramente o coração para Deus...

Sejam fieis a Deus, busquem-no acima de todas as coisas, busquem o sacramento da reconciliação, a Eucaristia, a oração e Ele virá... a qualquer momento Ele fará cessar a tempestade... Ele virá.

Rezo por todos...

terça-feira, 21 de abril de 2015

Enquanto caminho pelos campos...


Lembram-se da oferta da Clarinha no canto de oração?

Pois bem, este ano a nossa horta, perto do estendal da roupa, está cheia de florinhas azuis da planta da borragem... 
Ora vejam:



Ao contemplar tal beleza da natureza é impossível não pensar em Deus... 
O  azul celeste de cada flor onde as abelhas delicadamente poisam, é o cenário perfeito de contemplação para mim...


Na verdade, quem diz que vê a Deus e O ama e não O reconhece no rosto do irmão ou na beleza da criação é sinal que alguma coisa está errada.
Tudo o que Deus criou espelha o Seu amor e a Sua grandiosidade.

Eu não sei como sentem e cultivam a intimidade com Deus.  Para mim, depois de estar em silêncio diante do Santíssimo e de O receber na Santa Eucaristia, sinto muita necessidade de me refugiar na natureza. Na verdade, a palavra certa não é " refugiar" mas sim, tenho necessidade de beber da natureza todo o espírito e força de Deus...
Pelo louvor, contemplação e observação da natureza consigo sentir a presença de Deus que caminha comigo lado a lado. Afinal, não foi por acaso que Deus colocou o primeiro homem e mulher num paraíso, rodeado de toda a criação. Acredito que, lá no fundo, todo o ser humano foi feito para estar intimamente ligado à natureza e comunicar com ela.

Infelizmente, o mundo nos tem desviado de coisas tão simples, mas que nos fazem tão bem ao corpo e à alma: colher e comer diretamente fruta das árvores, subir às árvores, caminhar pelo campo, observar as flores e louvar a Deus por tanta beleza, caminhar descalço na erva... São tantas as coisas que as nossas crianças e famílias têm sido privadas, mas acredito que podemos ainda mudar muito este cenário. Temos de voltar a fazer coisas simples se queremos voltar a sentir a grandiosidade e força de Deus!  

Sempre que posso e com o tempo bom,  cultivo este espaço de intimidade com Deus: escuto os Seus passos ao meu lado, enquanto caminho pelos campos.

Ao longe, o som dos pinheiros a dançar com o vento e o cheiro das flores e do mato. As flores de Esteva, são lencinhos brancos a bailar ao sol louvando a Deus...



Cada flor de Esteva carrega em si, cinco marcas vermelhas à volta do centro. Na nossa terra, as pessoas dizem que são as cinco chagas de Cristo. Eu acredito que sim, pois toda a Natureza carrega em si a força e a mensagem de Deus. Toda a obra da criação nos chama à mudança e a colocar os olhos no criador e a meditar no seu Amor.


Toda a natureza nos chama à simplicidade e ao abandono nas mãos de Deus para tudo...


Sim, eu quero caminhar abandonada e totalmente entregue nas Tuas mãos, Senhor!


quinta-feira, 16 de abril de 2015

Brincar, trabalhar e ... rezar

Confesso que há dias mais cansativos em que a roupa se acumula e os brinquedos se misturam numa grande festa cá em casa e a Sofia só quer colo porque está doentinha... 
Mas Deus está em toda a parte, não é verdade? 
Sim, eu acredito que Ele está também no meio das minhas dificuldades e mesmo no meio do meu monte de roupa... Ontem, falei com Ele e disse-lhe: " Eu quero que Tu descanses em mim. Quero ser templo para Tu morares. Mas como podes morar em mim se eu me inquieto com tanta coisa?" Então, eu comecei a organizar a roupa e consegui terminar...

Será que Deus só nos escuta quando estamos quietinhos a rezar ou com tempo para nos ajoelharmos? Eu creio que não. 
Ele não separa os momentos do nosso dia por partes: agora brincas, agora trabalhas e ...agora rezas. Não, Ele olha para tudo como uma única oração. Será que as nossas obras ao longo do dia são feitas por amor e com amor? As nossas obras são também orações. Não importa o tamanho da nossa obra, se não for feita com amor não valerá nada aos olhos de Deus...

Lembram-se da cruz do canto de oração lá fora?


Pois bem, há uns dias encontrei-a assim:


-" Gabriel!"- Chamei-o- "Esta não é a cruz do canto de oração lá fora?"
-" Sim, mamã! Agora é um papagaio! não ficou bonito?"
-" Sim, está muito bonito, mas... " Ele pegou num resto de tecido e costurou à maneira dele, fiquei espantada. As crianças estão mais aberta à mudança e à voz do Senhor. Lá fora o Gabriel e a Clarinha, divertiram-se tentando que ele voasse...

No meu coração pensava... A mesma cruz que fixa ao solo era meditada e fazia companhia na Quaresma agora voava. 

Não será isto também uma forma de rezar?

- "A mamã precisa de ajuda. Não querem buscar um pano para limparem os vidros?"
-" Não tenho muita vontade, mamã..." respondeu o Gabriel.
-" Vá lá Gabriel, assim  a mãe também tem tempo para brincar convosco. Temos que nos ajudar..."
-" Ok, mamã. Podes pôr o limpa-vidros..."
Enquanto limpavam, a Sofia brincava...

Não será isto também uma forma de rezar?


-" Eu vou-te ajudar com a loiça!" disse-me a Clarinha entusiasmada.
-" Está bem, mas cuidado com os pratos e os copos!"

Não será isto também uma forma de rezar?


E as brincadeiras?...




 ...e surpresas no canto de oração?


Se vivido com amor e alegria, será que Deus não olhará para tudo isto também como uma forma de rezar?



terça-feira, 14 de abril de 2015

Os sacramentais no seio da família

Quando temos um problema de que nível for, pequeno ou grande, nunca devíamos desanimar ou baixar a cabeça. Deus tem sempre remédio para tudo. Onde está a nossa fé? Pode não ser na altura ou da forma que queremos mas a nossa fé devia aumentar e dilatar o nosso coração nos momentos difíceis e termos a paz de saber que Deus está do nosso lado...
A Igreja dá-nos  os sacramentais que são instrumentos materiais para o alívio das nossas enfermidades e conferem proteção espiritual. Na nossa casa são elementos presentes e utilizados por todos no nosso canto de oração.

Diz o Catecismo da Igreja Católica (§1670-1667):
«Os Sacramentais (...) oferecem aos fiéis bem dispostos a possibilidade de santificarem quase todos os acontecimentos da vida por meio da Graça divina que deriva do Mistério Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. (...) A Santa Mãe Igreja instituiu também os sacramentais. Estes são sinais sagrados por meio dos quais, imitando de algum modo os sacramentos, se significam e se obtêm, pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, dispõem-se os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e são santificadas as várias circunstâncias da vida.»1(II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum Concilium, 60: AAS 56 (1964) 116: cf. CIC can. 1166; CCEO can. 867)

Aqui, falei-vos que no nosso canto de oração temos sempre três elementos: Sal exorcizado, água benta e azeite abençoado.Temos muitas histórias em família de graças obtidas. É uma pena que os católicos pouco conheçam, usem ou que seja divulgado na própria Igreja pelos Sacerdotes. Hoje em dia, todos recorremos logo em primeiro lugar à farmácia dos homens e nos esquecemos daquilo que a Santa Igreja nos deixa.



Numa noite passada a Clarinha estava sempre a acordar durante a noite e chorava porque lhe doía uma perna, dizia ela. Depois de três vezes acordar, falar com ela e adormecer, disse-lhe:

"- A mamã vai falar com Jesus e vai trazer azeite abençoado e sal exorcizado. Vais ver que vais conseguir dormir!". Ela a chorar acenou com a cabeça. Levei os dois frascos perto da cama, molhei o dedo no azeite e adicionei o sal e rezei, depois esfreguei na perna. Ela imediatamente adormeceu e acordou de manhã muito bem disposta.

"- Clarinha, dormiste bem? Já não te doi a perna?" perguntei
"- Não, mamã!" sorriu.
"- Vai então agradecer a Jesus, pois foi ele..." disse-lhe. Ela ajoelhou-se no canto de oração e disse:
" -Obrigada, Jesus!"

Num outro dia, o Gabriel antes de dormir:

"-Mamã, podes ir buscar o azeite abençoado para eu ter sonhos bons?"
"-?!"
"- Sim, sempre que me fazes o sinal da cruz com o azeite abençoado tenho sonhos tão lindos..."

Há muitas histórias e até coisas divertidas acontecem,  eles adoram comer uma pedrinha de sal exorcizado do canto de oração sem que eu veja, e vão brincar.... :-)

Saibam as nossas famílias encontrar na Igreja através dos sacramentais instrumentos de alívio e resposta para as suas inquietações e problemas...

domingo, 12 de abril de 2015

Festa da Misericórdia e a festa da primeira Comunhão do Gabriel

Hoje o dia foi de festa a dobrar: a festa da Divina Misericórdia e a festa da primeira comunhão do Gabriel.

A primeira vez que levei o Gabriel pela mão para ele receber o sacramento da reconciliação tinha ele 7 anos e foi num Domingo da Misericórdia e hoje num Domingo da Misericórdia ele recebeu a sua primeira Comunhão! 

Já há muito tempo que vos queria falar da Misericórdia de Deus... O amor de Deus não cabe na nossa compreensão humana limitada, ele não cabe na nossa mente mas ele quer preencher todo o nosso coração, rompendo em nós o medo pelo castigo das nossas faltas, pela falta de confiança que é Ele que tudo conduz, pela nossa falta de fé. O Senhor quer alcançar a todos e dá-nos sempre mais do que aquilo que merecemos pelos nossos atos ou sentimentos, está disposto sempre a apagar as nossas faltas e a estabelecer uma aliança connosco, mesmo que muitas vezes o neguemos. O Senhor ensina-nos a dar, perdoar e a amar o próximo sempre um pouquinho mais do que essa pessoa mereça.

Há um tempo atrás, sempre que me confessava ficava com um sentimento de não ser digna de receber Jesus e muitas vezes lembrava-me de coisas passadas que me deixavam envergonhada, apesar de já as ter confessado. Às vezes caminhava de cabeça baixa, sempre que caia nos mesmos erros e desanimava... aí, apercebi-me que o meu pecado verdadeiro não era o meu passado ou as minhas quedas mas sim, a minha falta de confiança no perdão de Deus. Estava muito concentrada nas minhas forças e não contava com a força de Deus...
Sempre que algum sentimento me perturba ou eu digo: "Não sou capaz de fazer isto"... "Não aguento mais" é porque eu não entrego a situação nas mãos de Deus e conto só com a minha força humana. Estou a aprender a ser conduzida e a viver a certeza que tudo o que eu faço, é Ele que faz comigo...  Viver na confiança e de cabeça erguida que sou amada por Deus incondicionalmente e perdoada das minhas faltas é uma grande graça que unida à graça de me perdoar a mim própria, me leva para o colo de Jesus para sempre...


Jesus eu confio em vós!





“Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. (...). Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate” 
Diário de Santa Faustina Kowalska

O Gabriel estava nervoso para receber a sua primeira comunhão, mas muito feliz. Ao lado dos seus colegas de catequese, com as folhas na mão, falou para toda a comunidade neste dia especial...



O Serge e eu ( com a Sofia a dormir no colo) expressámos a nossa alegria no início da Celebração representando todos os pais.




No momento do ofertório...



No momento do pai-nosso, os meninos com os pais e catequista...




Momentos antes da sua primeira comunhão, ao nosso lado...





Depois da Celebração, tivemos a alegria de receber em nossa casa e continuar a festa com os pais do Serge: " o Bonpapa e a Bonnemama" ( são os avós em francês) Que alegria estarmos juntos!

Às três horas da tarde, a hora da Misericórdia,  de joelhos, reunidos no  nosso canto de oração e em família rezámos o terço da misericórdia, fixando os nossos olhos na imagem de Jesus misericordioso. 

Peço a graça para que Jesus misericordioso entre nos vossos lares hoje e abra os corações das vossas famílias  e as renove... Que assim seja! 

sábado, 11 de abril de 2015

O braço de Jesus...

Este ano o grupo de jovens  foi convidado a participar diretamente nas celebrações do Tríudo Pascal na nossa paróquia. Foi uma grande graça para todos nós, eu também estava entre os 12 discípulos. Quinta-feira Santa, após o lava pés, fizemos votos diante de toda a comunidade: o compromisso de também nós "lavarmos" os pés a quem mais precisasse. Ao lado do altar, as cadeiras estavam dispostas em arco, cada um de nós participou e auxiliou em todos os momentos da celebração: desde a liturgia, oração dos fieis à comunhão.
A Sofia estava sempre muito atenta no meu colo e a Clarinha não ficava muito tempo sentada ao meu lado, ela queria era ir para o altar.

Na Sexta-feira Santa, na adoração à Santa Cruz,  como de costume, combinámos com o padre uma hora antes para ensaiarmos. Eu estava sozinha com a Sofia e a Clarinha. 

Mal entramos na Igreja, como costume, a Clarinha diz-me:
-" Mamã já volto". Não gosto nada que ela faça isso, mesmo dentro da Igreja. Mas, nem preciso perguntar, pois eu já sei o que ela vai fazer a seguir...

Afasta-se sem olhar para trás e espreita rápido de longe para mim quando chega ao pé da grande Cruz do Altar. Escondida entre o Altar e a parede, ajoelha-se e fica ali uns longos segundos depois volta a saltitar para junto de mim. Quem a vê pensa que eu lhe digo para ir rezar mas não, ela faz de livre vontade.

Nunca me vou esquecer que neste encontro tive um susto com ela. Antes da celebração da Santa Missa a Clarinha andava a brincar lá fora com o mano e uma amigas. Ao chegar a altura da missa, todos entraram para a Igreja e nessa altura não sabíamos da Clarinha. Ao olhar para o coro que fica por cima dos bancos, lá vimos a Clarinha de joelhos  a rezar toda contente e depois ao descer as escadas veio ter connosco e disse-nos que ia lá para a frente do altar. 

O que vos quero contar hoje, aconteceu na adoração à Santa Cruz, na Sexta-feira Santa. Como vos disse, o grupo de jovens estava sentado ao lado do altar, eu estava com a Sofia ao colo e a Clarinha ao meu lado. Quem a conhece sabe que ela quer ser acólita. Ela estava mesmo perto do altar ao pé de mim. Observava em tudo o Padre Paco na celebração, os seus gestos, a Bíblia... observava tão concentradamente que acompanhava o padre para todo o lado... Ele quando se apercebeu do seu interesse e sorriso, olhou para ela e num gesto estendeu-lhe o braço e ela aproximou-se. Como ela ficou feliz e tão quietinha ao seu lado. Na altura da comunhão, voltou a acenar-lhe a mão e ela sentou-se na cadeira ao seu lado. Como ela estava feliz! Ela sentiu-se acolhida e bem pertinho do colo de  Jesus...

Ao observar tudo isto, fiquei a meditar no coração de Deus. Ele está sempre atento aos nossos gestos, por mínimos que sejam em Sua direção. Também Ele nos estende o braço para nos aproximarmos e recebermos toda a força, ânimo, alegria para continuarmos o nosso caminho. Cabe-nos a nós o primeiro passo de O buscarmos concentradamente e persistentemente até alcançarmos o Seu braço.

Saibam os sacerdotes, ser a presença viva, acolhedora de Jesus no mundo!

(Esta foto foi num encontro em Fátima)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Venham crianças! Venham receber o abraço de Jesus!

Todos nós sabemos que, infelizmente, o número de nascimentos no nosso país cada vez é menor. Isto implica, famílias cada vez mais reduzidas, menos crianças e na nossa Igreja além da falta de crianças temos muita falta de famílias que participam juntas na sua Paróquia. Faltam crianças na catequese, crianças na missa, crianças que falem de Jesus aos outros, crianças que rezem, crianças que vivem os sacramentos com alegria...  
Em tom de brincadeira, quando estava grávida da Sofia, e me diziam dentro da Igreja:
- " Mais um?" Eu respondia a sorrir:
- " Eu quero encher o banco da frente, pois faltam crianças que rezem e venham à missa!"

Todos nós, que temos crianças pequenas, sabemos da dificuldade que é de estarmos concentrados com elas sempre a mexer ou a querer falar... Sim, não é tarefa fácil, no início, mais é recompensador com o tempo, à medida que crescem observarmos que elas ganham amor e até estão atentas!
Muitos me dizem:
- " Ela ou ele ainda é muito pequeno e faz muito barulho na missa... quando crescer vem comigo!"
Quando crescer, se ainda não tiver sentido o amor de Deus, o mais certo é ir contrariada e na primeira oportunidade fugirá para não voltar. Em família, desde pequeninos, os nossos filhos descobrem o mundo e cabe-nos a nós pais, sermos o rosto de Deus e mostrarmos os seus caminhos...

Raras são as vezes em que não participamos juntos na missa, são excepções e não a regra. Esforçamo-nos por estarmos juntos. Muitas vezes, não é fácil: a Clarinha é a mais distraída, muitas vezes quer falar ou brincar com a Sofia, saltar e dançar e põe as pessoas a olhar para nós...
No entanto é a que mais fala de Jesus e quer servi-lo e se lhe perguntarem o que o Sr. padre falou até sabe responder.

Temos que os ajudar a fazer silêncio, mas não estarem presentes é um grande erro... eles perdem muito, eles perdem a graça e a benção da presença do Senhor!

E sabem porque é que nós ficamos tão incomodados com o comportamento dos nossos filhos na missa? Porque faltam crianças na missa! Se cada família trouxesse as suas crianças ninguém se importaria nem olharia para trás se ouvisse um choro! As crianças são uma benção na missa, são a concretização da palavra de Deus numa paróquia! 

Venham crianças! Venham receber o abraço de Jesus!


Querido Jesus, eu te peço nesta hora a graça nos corações dos sacerdotes das nossas paróquias! Que eles saibam acolher, falar e sorrir para as crianças e fazê-las sentir em casa, nas nossas Igrejas. Amén! 

terça-feira, 7 de abril de 2015

A nossa festa de São Bento

Todos os anos a festa da Páscoa é sempre a dobrar. Na terça-feira depois do domingo de Páscoa celebramos a festa da nossa aldeia em honra a São Bento, sempre com direito a procissão e muita gente que vem cumprir promessas.

São Bento intercede por nós a Jesus e por todas as famílias de Caná! Ajuda-nos a desejar sempre a santidade e a nunca desistirmos da nossa caminhada...