quarta-feira, 27 de maio de 2015

Os nossos irmãos do céu...

Costumamos dizer que os nossos irmãos do céu são todas as almas das pessoas que já gozam da união plena com o Senhor na eternidade, os santos. Já tenho tido vários sinais da sua presença na minha vida e a confirmação de que eles não vivem separados de nós, na verdade, eles são os nossos irmãos mais velhos que estão dispostos a interceder por nós se os invocarmos. 

Na nossa sociedade fomos educados a nos apoiarmos maioritariamente em nós próprios, ao nosso esforço, à nossa inteligência para resolver os problemas É claro que tudo isso é importante, mas a nossa vida nunca será plena se não vivermos a realidade de que não estamos separados dos outros e que somos um só povo que caminha formando a Igreja, uns na terra e outros já na eternidade. Quando nos apoiamos apenas em nós próprios, verificamos que as nossas forças humanas são limitadas e a maior parte das vezes somos iludidos por nós mesmos. A alegria e felicidade acontecem quando caminhamos sabendo que não estamos sós, pois o Senhor caminha connosco, nos chama. Nós fomos criados para o céu. Se nos perdemos temos a preciosa ajuda da nossa mãe celeste, Maria, o auxilio dos santos e ainda a proteção e guia do nosso anjo da guarda.

Ler a vida dos santos, imitá-los, invocar a sua proteção e estabelecer intimidade com eles é com certeza uma das formas mais diretas e suaves de chegar ao céu.

Cá em casa, gostamos muito de ler a vida dos santos. Uma das prendas mais preciosas que podemos dar aos nossos filhos é dar-lhes um padrinho ou uma madrinha espiritual que já esteja no céu. Depois de eles conhecerem alguns santos, eles próprios sentirão a quem pedir ajuda. Cultivar neles o gosto de levarem a sério esta amizade e pedir a sua intersecção é uma ferramenta muito útil para o seu crescimento.

Há umas semanas atrás, aconteceu uma coisa muito simples. Cá em casa temos dois periquitos, prenda do último aniversário do Gabriel. Um deles gosta muito de voar e consegue bater as asas na gaiola e ficar uns segundos parado no ar, faz malabarismos e gosta de tomar banho. Sempre que o tempo está quentinho penduramos a gaiola lá fora. Num desses dias, o Serge reparou que esse periquito tinha saído da gaiola. Eu consegui ouvi-lo no cimo de um grande eucalipto e vi-o voar agilmente como um pássaro selvagem. Apesar de tudo isso, eu sabia que ele não iria sobreviver se não voltasse.  Recorri a São Francisco de Assis, protetor dos animais, pedi o seu auxilio e prometi que se ele voltasse, eu o educaria e o deixaria voar dentro de casa, pois compreendi o quanto isso o deixava feliz. Assim aconteceu, no mesmo dia, ele voltou, aproximou-se de mim e voltou para a gaiola. Aqui está ele fora da gaiola :




Há um tempo atrás estive em Fátima depois de me confessar no santuário, fiquei diante do Santíssimo em oração. Lembro-me de pedir a Deus uma orientação para uma situação que estava a viver. Uma Senhora que estava perto de mim tocou-me no ombro e estendeu a sua mão com uma pagela da novena das rosas de Santa Teresinha acenando com a cabeça indicando que era para mim. Entendi a mensagem, e agradeci a Deus. Sempre senti intimidade espiritual com Santa Teresinha e também sinto muito a sua presença e inspiração na minha vida.


Lembram-se da Mariam de Belém?

A sua história é riquíssima e irei escrever outro post sobre a vida dela. Infelizmente, este livro está esgotado. Espero que em breve surja uma nova edição. Mariam foi canonizada no passado dia 17 de Maio pelo Papa Francisco. Que alegria!
Desde que ouvi falar dela, a sua presença tocou a minha vida, ela é como uma imã mais velha que muitas vezes me inspira. Ela viveu numa pequena aldeia, na Galileia na terra Santa. Tenho sentido um grande amor pela terra Santa, um desejo de rezar por todos aqueles que lá vivem.

Outros santos que me vão marcando e eu sinto a sua presença além de São francisco de Assis, Santa Teresinha  e Mariam de Belém são o padre Pio e o São Jorge.

Temos tantos irmãos no céu que nos querem auxiliar, basta abrirmos o nosso coração e vivermos com a missão de estarmos unidos e caminharmos juntos.


A Clarinha quase todos os dia trás um desenho que faz na escola. O último foi este:

 

Quando vi o desenho fiquei muito contente. Estávamos todos no céu e a Clarinha de mãos dadas com Jesus. Fiquei a imaginar, como seria a nossa família no céu. Um dia também eu quero ser um irmão do céu, também eu quero estender as minhas mãos a todas as almas que estiverem ainda na terra e levá-las para Deus. Somos uma grande família que caminha junta, uns com mais experiência outros a dar os primeiros passos, uma família que se ajuda e que se protege. Uma rede de irmãos que estendem as mãos para que não caiamos no pecado e possamos um dia nos ver face a face e nos abraçar eternamente. Quando mais permanecermos unidos mais estaremos perto do céu.

2 comentários:

  1. Ola Rute
    Nas vésperas de comemorarmos o dia dos Irmãos (31 de Maio) e o Dia da Criança (1 de Junho) leio o teu post. Deixaste-me emocionada e muito pensativa. De facto tenho andado a ignorar os nossos irmãos santos! E ainda por cima há bem pouco tempo o S.Francisco de Assis valeu-me! O meu marido, até hoje, ainda não se refez de toda a experiência. Ensinar as nossas crianças a relacionarem-se com os Santos... é uma ideia tão nova para mim; tão simples e acertada! A vida dos Santos (e vivências que temos com eles) remetia sempre para o mundo dos adultos... Obrigada!

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    1. Helena, o nosso caminho se torna bem mais pesado e penoso se insistirmos em caminhar sozinhos. Enquanto não entregarmos verdadeiramente o nosso coração a Deus, é-nos difícil entender tudo isto, Somos um só povo e o exército celeste que caminha ao nosso lado é bem mais poderoso e numeroso do que a rede de pessoas à nossa volta. Como é bom viver em comunhão com eles, confiando que nada me acontecerá que não seja para o meu bem.O Senhor nunca nos deixou sozinhos... Os nossos filhos têm muito mais facilidade em sentir e perceber tudo isto. O Padre Pio quando era pequeno falava com os santos e pensava que toda a gente o fazia.
      Um grande abraço
      Rute

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